terça-feira, 9 de outubro de 2012

Primeiro a educação!

Outro dia voltando para casa, me sentei ao lado de uma mulher com uma criança no colo, com cerca de quatro anos (acho), que chorava sem parar e encarava a mãe, com uma fúria sem igual. Era de "sua bruxa" a tapas no rosto e insinuações que ia dar um soco nela. Como aquilo me assustou, e me irritou ao mesmo tempo. Aquele pitoco de gente era tão cheio de autoridade e agressividade. Como controlar tudo aquilo? Ou melhor, como não chegar a isso? Não é fácil, eu sei. 

Corri para os livros, textos e há poucos dias li um artigo que dizia: “educar um filho nos dias de hoje é uma tarefa de Hércules”.  E comecei a pensar. Há trinta, quarenta anos, a tarefa de criar filhos seguia moldes rígidos, com regras e tradições inquestionáveis, como "criança não dá palpite", "criança tem que obedecer aos pais" ou "criança não tem que querer". Tudo isso profundamente questionado atualmente, principalmente por inúmeras teorias de especialistas no assunto de "como criar filhos".  Muita teoria, pouca prática. O que se observa mesmo no decorrer desses anos é a falência da autoridade dos pais em casa e excesso de confiança dos filhos.

"Vivemos a “tirania da liberdade” em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade. (Paulo Freire). Pois é, a verdade é que a educação da criança e do jovem de hoje tem se tornado muito complexa, indo muito além do controle de quem deveria ter total domínio, os pais.

É preciso um auxílio maior a eles, mas como, se não existe uma "receita pronta" de como acertar na educação do seu filho? Estudamos muitos anos na escola, depois vamos para uma faculdade e aprendemos a exercer uma profissão. A cada ano, vamos nos aperfeiçoando profissionalmente e nos adaptando às mudanças no mercado e no mundo corporativo. Mas, para ser pais e mães, na maioria das vezes, a única bagagem que trazemos é a  própria experiência com os nossos, o propósito de fazer o que os eles fizeram (ou exatamente o oposto),  a sensibilidade que dizem nascer dentro de nós assim que eles nascem, além do amor e a força de vontade. Mas é o bastante? Ninguém descobriu uma fórmula secreta. No entanto, pais têm obrigação de, se não souberem, partirem para aprender de alguma maneira a lidar com toda essa novidade. Já que no fim das contas, educar é mesmo um processo que leva a vida toda.