quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Meu pequeno MAIOR amor do mundo

Por Michelle Andrade

Há 1 mês que nasci de novo, e me tornei mãe.
Há 1 mês que trouxe para casa meu presente, tesouro, amor, anjinho, como quiser chamar, para a casa.
Há 1 mês que sou mais forte e ao mesmo tempo a mais medrosa.
Há 1 mês que me vejo chorando de emoção, de medo, de alegria, de cansaço, de amor, muito amor.
Há 1 mês que meu aroma natural é leite.
Há 1 mês que ganhei mais uma parte no meu corpo, a cinta.
Há 1 mês que meu sono não é mais direto, pq mesmo que ele não acorde, lá estou eu, do lado do berço observando aquele serzinho, tão TUDO pra mim, ou então tô arrumando qualquer pedaço de pano que possa enrolar nele, ou tô vendo a respiração dele, ou tô fazendo carinho na cabeça dele...
Há 1 mês que meu programa matinal é Telecurso 2000 e aos domingos a missa do Padre Marcelo Rossi é quem me embala (aham, missa).
Há 1 mês que meus passeios são ir a casa dos meus pais, ir aos médicos (é teste de orelhinha, de olhinho, tudo para deixar aquela pessoa ansiosa (tipo eu) com resultados e mais resultados), ah sem contar as idas a padaria, farmácia (sozinha viu! rs)
Há 1 mês que sinto saudade de ficar 3 horas longe dele enquanto ele dorme.
Há 1 mês que me derreto quando ele acorda e dá a espreguiçada mais gostosa desse mundo e eu dou aquele cheirinho nele.
Há 1 mês que minha maior distração é ficar olhando as caras e bocas que ele faz enquanto dorme no meu colo ou enquanto mama. É sorriso, cara de triste, biquinho, sem contar o sorriso que ele dá só pra mim (sim, é especial o meu).
Há 1 mês que a sensibilidade faz parte de mim, assim como a impaciência, irritabilidade e por aih vai.
Há 1 mês que percebi que ainda tenho que aprender muito sobre músicas de ninar e realmente não achar normal cantar o hino da bandeira quando não vem uma música na cabeça, ou parar de inventar músicas que não rimam nada.
Há 1 mês que eu me sinto a maior das mulheres quando todo mundo tenta fazer ele parar de chorar e no fim quem resolve sou eu. ( Essa cara sou EU)
Há 1 mês que amo incondicionalmente.
Há 1 mês eu entendi aquela frase de mãe "Quando vc for mãe, vc vai entender", ou a frase da minha mãe quando vem fazer um chamego" Você é o ar que eu respiro". É exatamente isso.
Há 1 mês que renovo minhas forças todo o dia ao acordar e vejo que ele tá ali, pronto para mamar, fazer xixi, coco, sentir a temida cólica ( que me apavora sempre).
Há 1 mês que me sinto mais completa e um pessoa melhor.
Há 1 mês que o Bernardo chegou e aquela pergunta jamais se calou "Como foi que vivi tanto tempo sem ele?"




segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Um suspiro de amor


Por Michelle Andrade

Falta pouco tempo. Apenas um dia me separa de seu rostinho. Me apego a seus movimentos e penso “é daqui a pouco”. To aqui, no mesmo lugar de quando descobri que você entraria na minha vida e um filme roda na minha cabeça. Sentada, ainda tento me acostumar que logo terei você aqui comigo.

Fecho meus olhos e respiro fundo. Quero calma, quero aproveitar esse momento. Quero tê-lo em meus braços. Quero entender ainda mais tudo que vem acontecendo dentro de mim, que me explique quem sou agora.

Ainda quero que cuidem de mim, me abracem, beijem e perguntem se estou bem; mas é melhor poder fazer isso por você. Tudo vai começar, minha vida vai ter um novo início. Fico confusa e nada que escrevo parece fazer sentido completo.

Um dia. É o tempo que tenho para me livrar de qualquer pensamento empoeirado, de estar leve para te receber. Obrigada pelo que já me dá: a existência.





segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Meus pés no chão

Por Michelle Andrade
 
Nada de delírios e pensamentos mirabolantes. Pés no chão, pés no chão! Volta e meia me pego falando assim. Talvez seja uma briga diária minha. "É hora de crescer". "Sonhar, mas com maturidade". Tenho um manual de frases prontas,  mantras, o que preferir chamar, que geralmente sigo.Geralmente. Pq tem horas que quero mais é sonhar mesmo,  rasgar fórmulas pré-estabelecidas, sem as limitações tão impostas todos os dias sobre nós (e que nós mesmo estabelecemos). O medo das expectativas frustradas foge da minha mão por um instante e logo volta! Pés no chão, pés no chão! Meus desejos e sonhos voltam a ser projetos, as ações concretas, tudo fica firme de novo, ideal, exato, constante...e um tanto monótono, mais uma vez.

Surge então novamente uma vontade súbita de sonhar. O céu sem limite. Ah meus pés descalços sob as nuvens. Me permito que as certezas me deixem mais uma vez, concedo a mim o direito ao mistério. E então desprendo do chão. Meus pés flutuam, mas ainda não sei, não sei se é isso que quero. Ainda me assusta essa leveza, essa espontaneidade, essa naturalidade tão infantil, tão vital. É um ângulo novo a se encaixar, coisas novas para enxergar. Mas para onde vão me levar? Não há respostas e caminhos legítimos. É a hora de abandonar fórmulas, planejamentos. Nada de resultados definitivos.
 
Deixo me levar, esqueço o friozinho na barriga, que cisma em me pertubar. Desacelero meus pensamentos e repouso o meu olhar. É , eu devia aproveitar. O orgulho da consciência ainda habita em mim. Mas ficar cravada no solo pra sempre? Não dá. Pés no chão, pés no chão! Essa vontade volta a me incomodar.
 
 "O importante é não deixar nunca que o menino morra completamente dentro da gente. Caso contrário, ficamos velhos mais depressa. Dizem que é por isso que os chineses, de incontestável sabedoria, conservam o hábito de soltar papagaio (ou pipa, se preferirem) mesmo depois de adultos. Não sei se é verdade, nunca fui chinês."
(Stanislaw Ponte Preta)

 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Primeiro a educação!

Outro dia voltando para casa, me sentei ao lado de uma mulher com uma criança no colo, com cerca de quatro anos (acho), que chorava sem parar e encarava a mãe, com uma fúria sem igual. Era de "sua bruxa" a tapas no rosto e insinuações que ia dar um soco nela. Como aquilo me assustou, e me irritou ao mesmo tempo. Aquele pitoco de gente era tão cheio de autoridade e agressividade. Como controlar tudo aquilo? Ou melhor, como não chegar a isso? Não é fácil, eu sei. 

Corri para os livros, textos e há poucos dias li um artigo que dizia: “educar um filho nos dias de hoje é uma tarefa de Hércules”.  E comecei a pensar. Há trinta, quarenta anos, a tarefa de criar filhos seguia moldes rígidos, com regras e tradições inquestionáveis, como "criança não dá palpite", "criança tem que obedecer aos pais" ou "criança não tem que querer". Tudo isso profundamente questionado atualmente, principalmente por inúmeras teorias de especialistas no assunto de "como criar filhos".  Muita teoria, pouca prática. O que se observa mesmo no decorrer desses anos é a falência da autoridade dos pais em casa e excesso de confiança dos filhos.

"Vivemos a “tirania da liberdade” em que as crianças podem tudo: gritam, riscam as paredes, ameaçam as visitas em face da autoridade complacente dos pais que se pensam ainda campeões da liberdade. (Paulo Freire). Pois é, a verdade é que a educação da criança e do jovem de hoje tem se tornado muito complexa, indo muito além do controle de quem deveria ter total domínio, os pais.

É preciso um auxílio maior a eles, mas como, se não existe uma "receita pronta" de como acertar na educação do seu filho? Estudamos muitos anos na escola, depois vamos para uma faculdade e aprendemos a exercer uma profissão. A cada ano, vamos nos aperfeiçoando profissionalmente e nos adaptando às mudanças no mercado e no mundo corporativo. Mas, para ser pais e mães, na maioria das vezes, a única bagagem que trazemos é a  própria experiência com os nossos, o propósito de fazer o que os eles fizeram (ou exatamente o oposto),  a sensibilidade que dizem nascer dentro de nós assim que eles nascem, além do amor e a força de vontade. Mas é o bastante? Ninguém descobriu uma fórmula secreta. No entanto, pais têm obrigação de, se não souberem, partirem para aprender de alguma maneira a lidar com toda essa novidade. Já que no fim das contas, educar é mesmo um processo que leva a vida toda.





quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Um novo coração

Por Michelle Andrade
 
Faço rabiscos com frases inacabadas
Busco as palavas
Vasculho sentimentos
Solto sons da minha alma
 
Me misturo na confusão 
Que habita hoje no meu coração
Fico espantada com tanta emoção

Rompendo barreiras
Venço uma guerra de sensações
E me envolvo na ternura
Que me remete a você
 
Meus olhos se enchem de luz
O corpo ganha forças 
E as frases perdidas começam a se encontrar
E se ajeitam dentro de mim
 
O amor ganha vida própria
E traduz cada parte do que sou
Como em um quebra-cabeça
Tudo se encaixa
E se revela
 
As mãos ainda trêmulas
sopram palavras para você
Eu só sei te amar
E a voz, quase embargada,
timidamente ensaia uma canção de ninar.
 
 

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A música que te leva...

Por Michelle Andrade

Não há quem não feche os olhos ao cantar a música favorita.
Aquela música que te decifra
te demonsta
te domina
te tira de você.

Aquela que você coloca no último voume
E canta o mais alto possível
como se fosse te libertar de alguma coisa
quem nem você mesmo sabe o que é.

Não há quem não volte naquele momento
Aquele exato em que a ouviu pela primeira vez
E sente um arrepio
As vezes bom, outros nem tanto

É, a música pode te trazer as melhores lembranças
E aquelas que você faz questão de esquecer
Música exerce influência sobre a alma
Tem aquela que te faz sorrir sozinho
E aquela que te leva às lágrimas sem qualquer controle

Não há quem não tenha aquela música que te decifra
Onde você se acha
Se monta, se faz
E bate no peito pra dizer:
Essa música é minha!

A música monta uma história
Constrói a sua trilha sonora
É a vida cantada
Dançada
E sentida.



sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Alto


 "Eu não tenho medo de voar. Eu tenho medo de estar fechada num lugar e de ter escolhido estar fechada nesse lugar. Tenho medo porque meus pés sentem o chão mas ele é falso. Meus pés sempre me obrigam a sentir a verdade e eu sou obrigada a dizer a eles que aquele chão não dura e nem é de terra. Tenho medo do absurdo que é sorrir e dizer "guaraná normal e sem gelo, grata" enquanto se quer dizer "que
merda é essa de estar voando se não sou a porra dum passarinho?". Tenho medo porque quando acabar estarei em outro lugar. Agora, se eu pudesse escolher o maior de todos os medos, eu diria "a chance disso cair agora é muito pequena". Estou sobrevoando, sem inteligência, a água profunda que aprendi a chamar de casa mas também de intervalo. A verdadeira angústia de voar é estar acima da nossa vida. Voar é tornar nossa rotina banal. Estou voando há dias, de primeira classe, com vista para o desenho de um país que não sei o nome. Ao lado de uma pessoa que, até que enfim, não é mais uma barrinha de cereal."
(Tati Bernardi)




quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cheiro de memórias

Por Michelle Andrade

É inevitável
Um cheiro me traz lembranças
Me traz presença
Marca profundamente.

São de tantas maneiras
Me levam a tantos lugares
A tantos momentos.

Parecem não ter fim
E podem não ter mesmo
O cheiro vem, você sente e as memórias saltam...

Qual cheiro te traz lembranças?

Eu fico com esses:

Cheiro de Natal 
Esse me faz ir longe, volto em momentos sem igual.
É a casa da minha avó cheia e os preparativos para a ceia
Aquele aroma só tinha lá, naquela data
Sempre me traz saudade

Cheiro de laranja
É engraçado como a laranja me lembra a minha infância
A casa da minha vó, mais uma vez
As tarde de domingo, eu e ela na cozinha
Eu a observava fazer o suco e aquele cheiro eu amava
Sempre me traz um sorriso

Cheiro da maresia
Esse me leva para as férias de quando criança
E a casa de praia em Itacuruçá
Quantas tardes caminhando e brincando por lá
Sempre me traz felicidade

E o cheiro de terra molhada
É  a chuva que se foi naquela tarde de verão
Tudo parece calmo e tranquilo
O vento bate e eu relaxo
Sempre me traz paz




quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Paciência

 Arnaldo Jabor

"Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia.
 Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais"... E o bem comportado executivo?
 O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar...
 Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice.
 O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.
 Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado...
 Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.
 Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus.
 A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.
 Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar?
 Qual é a finalidade de sua vida?
 Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta.
 E você? Onde você quer chegar?
 Está correndo tanto para quê?
 Por quem?
 Seu coração vai agüentar?
 Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
 A empresa que você trabalha vai acabar?
 As pessoas que você ama vão parar?
 Será que você conseguiu ler até aqui?
 Respire... Acalme-se...
 O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência..."


segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Livre-se!

 Da série: textos que me fazem pensar.

Outro dia estava lendo sobre mulheres independentes e fiquei pensando muito nisso. E me veio a pergunta "O que é ser independente afinal?"

Uma das coisas que sempre busquei na minha vida foi ser independente. Sempre vi essa possibilidade como um grito de liberdade,  uma busca interna minha. Eu sempre gostei disso, me faz bem poder contar mais comigo. Me faz bem ser mais livre, mais solta, mais EU.

"Ser independente não é simplesmente ter dinheiro e se sustentar", uma vez me disseram. Ser independente é ser responsável por seus atos. E mais do que isso, não só pelos acertos, pelos erros também. A independência não é completa sem a independência moral e emocional. Pois é isso, a independência é a construção do seu próprio eu, e de seu eu pra os outros. Você deixa de ser só o filho de alguém, o neto daquela pessoa, a namorada dele...vai muito além. Você é VOCÊ, e só.

Um mundo se abre e o enfrentamento dele é inevitável. É a tal realidade nua e crua. Eu sei, muitas vezes pode bater muito medo. O mundo assusta mesmo. Mas ele ta aí e você precisa estar nele. Tem coisa melhor do que um desafio a ser vencido? Vencido mesmo! É, é mais um passo dado para seu desenvolvimento como pessoa, como parte desse todo que vivemos. 

Então vai em frente, seres humanos são como passarinhos, precisam sair do ninho para se tornarem completos e independentes. É natural e muito saudável.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Por um instante...

Por Michelle Andrade

O tempo que acontece neste momento
Acontece num instante
Trata-se de um pedaço do que se passa
Tá passando
Vai passar
Já passou.

Num instante chega o que queremos
E vai o que precisávamos
Mas só fica o que tinha para ficar
É a ponte que liga o agora e o depois
Onde damos um passo para algo novo.

Pode ser um lugar estreito
Que nos abre portas
É um infinito de coisas
Que em segundos se transforma.

E esse é, nesse instante,
nosso lugar da vida.
Não deixe passar um único instante seu
Pois cada um deles é uma gota de vida
Que não torna a cair.

 "Há instantes em que os homens são senhores do seu destino." (William Shakespeare).



quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sobre a leitura

Por Lya Luft

"Nasci com essa paixão, esse encantamento pelas palavras. Quando pequena, repetia para mim mesma as que achava mais bonitas: pareciam caramelos na minha boca. Colecionava mentalmente as mais doces, como translúcido, magnólia, borbulha, libélula, e não sei quais outras. Lembro que por um tempo detestei meu nome curtinho e sem graça: pedia a minha mãe que o trocasse por algo belo como Gardênia, Magnólia, Virgínia. Açucena me fascinou quando o li no meu livro de texto no 1º ano da escola, e quis me chamar assim. Mas eu queria muitas coisas impossíveis.

Eu lia o que me caía nas mãos, desde gibis até complicados volumes que eu não entendia mas pegava na biblioteca de meu pai, e lia achando impressionante ou bonito, misterioso ou triste. Sempre fui de muito ler, não por virtude, mas porque em nossa casa livro era um objeto cotidiano, como o pão e o leite.

O que é preciso é ler. Revista serve, jornal é ótimo, qualquer coisa que nos faça exercitar esse órgão tão esquecido: o cérebro. Lendo a gente aprende até sem sentir, cresce, fica mais poderoso e mais forte como indivíduo, mais integrado no mundo, mais curioso, mais ligado."


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Equilíbrio

Por Michelle Andrade

No peito uma mistura de sentimentos
Entre os sorrisos, uma série de lágrimas
Coração pulsa rápido na batida lenta
Como uma roda gigante
que sobe desce sob o mesmo céu.

Somos um amontoado de recomeços
Cabe muito aqui dentro
Mudamos de gosto,
Opinião
De rumo.

De repente é assim
Tudo fica diferente o tempo todo
E ainda assim continua igual
Tudo é uma maneira de ver
de reconhecer.

Pode ser a hora de mudar
E as vezes não
Um dia termina e outro começa
O sol nasce e se põe
E aqui dentro, tudo fica igual
Mas diferente.



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Um livro...uma indicação


Hoje eu comecei o dia lendo uma matéria na revista Época que me deixou primeiro aos prantos e depois completamente encantanda pela forma como foi escrito aquele texto. E eu não tive como não procurar um pouco mais sobre o assunto e passar aqui para falar dele.

O assunto é bem tocante e um tanto doloroso, que muitas pessoas (oi mãe!) iriam me dizer que no meu "estado", "momento", sei lá, era melhor não ler, mas sabe quando um texto te prende e você não consegue de jeito nenhum parar de ler? (desculpa mãe)...foi isso que aconteceu e eu tava lá em pleno trem, às 8h30 da matina, me debulhando em lágrimas com a história.

Bem, a matéria começava assim: "A duríssima jornada de um pai para trazer de volta o corpo de um filho". Resumidamente, o texto contava todo o sentimento de um pai que foi surpreendido com a pior notícia de sua vida: a morte do filho de 28 anos, que estava em Londres e tinha morrido de infarto, sozinho no quarto do hotel. De forma maestral, ele contou todo o processo que viveu:  do reencontro com a família (ele é separado) e seus outros dois filhos, o dia que contou para sua mãe (a avó que perdia um neto) até o fim da viagem em que ele teria que reconhecer o corpo de um filho e trazê-lo de volta para o seu último adeus.

A história faz parte de um livro que ele mesmo escreveu (o pai, jornalista e personagem da história) e que eu faço questão de divulgar aqui, pq apesar da história ser muito triste, isso é um fato, ele conseguiu descrever e relatar da maneira mais bonita, inteligente e cativante toda a sua dor e aprendizado que teve durante o momento mais difidil de sua vida. Vale uma recomendação.



Esta é a segunda edição e contém os mesmos capítulos da edição anterior, com algumas atualizações e 11 capítulos novos.


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

E não é que dá medo!?

 Por Michelle Andrade

Atire a primeira pedra quem nunca sentiu medo. Medo de escuro, medo de altura, de ficar sozinho,  de prova, de chuva...Qualquer coisa! Algo que te fez recuar, repensar e até mesmo arrepiar. O medo é um pensamento em nossas mentes. As vezes ele se torna tão abstrato, que mal se pode explicar.

Tem o medo do desconhecido. Mas porque será que tudo que é novo nos causa tanto medo? A dúvida que vem com a mudança sempre nos surpreende. É quando a segurança dá lugar ao temor. E nos faz sentir ansiedade diante daquilo que ainda não conhecemos, não experimentamos. Aí dá um medo e que medo!

Mas é natural que uma experiência ainda não vivida nos mobilize tanto internamente. Porém não devem ser necessariamente enfrentadas como difíceis e assustadoras sempre. Ou pelo menos deveriam. Mas sem respostas prontas e nada de receitas, o medo persiste a nos perturbar. As perguntas surgem e as repostas nos faltam. Não se sabemos como agir e nem o que pensar. E o medo volta a assombrar.

Outro dia li que cada novo desafio precisa ser enfrentado com a disposição interior de que se encontrará o caminho mais certo a seguir. Mas isso exige uma mudança no nosso padrão usual de reação, deixando de lado esse medo para abrir lugar para o otimismo e a confiança. Gostei e anotei.

Talvez o melhor mesmo é não deixar o medo se instalar. E se ele insistir em aparecer, tente não se deixar levar. O importante é seguir a intuição e o coração, pois eles são sempre os conselheiros mais certos quando as crenças negativas insistem em nos paralisar. O negócio é sempre acreditar em nossa capacidade de vencer todos os obstáculos para avançarmos em direção ao novo sem qualquer receio. Sem qualquer devaneio.



sexta-feira, 27 de julho de 2012

Texto do dia


"Um anjo vem todas as noites:
 senta-se ao pé de mim, e passa
 sobre meu coração a asa mansa,
 como se fosse meu melhor amigo.
 Esse fantasma que chega e me abraça
 (asas cobrindo a ferida do flanco)
 é todo o amor que resta
 entre ti e mim, e está comigo
."
(Lya Luft)


Organizando meus pensamentos

Resolvi dividir um pouco esse blog, assim fica mais fácil eu organizar todas as coisas que eu gostaria de escrever nele e é melhor para entendê-lo.
 Além disso, você pode escolher o que acha mais interessante ler :
 Vai que você se identifica mais com meu momento "inspiração gravídica" nos meus textos;
 Ou então acha mais interessante pegar inspiração nos textos dos meus autores preferidos (que pretendo colocar aqui);
E se de repente você acha mais legal meus pensamentos aleatórios e as vezes sem sentido que eu vou escrever e que talvez você pense igual mas não tem coragem ( sente vergonha) de expor assim em um blog.

Fica mais fácil, não é?

Então é isso.... organizando os pensamentos, os textos, e a inspiração que ainda borbulha em mim.


Aonde você vai com tanta pressa?

Por Michelle Andrade

"A pressa é a inimiga da perfeição"
"Apressado come cru"
Quantas vezes você já não ouviu isso?
Estamos sempre apressados.

Não temos tempo para nada
É hora para começar um serviço
Hora para almoçar
Hora de ir embora do trabalho.

No relógio a hora voa
É um corre corre de um lado para o outro
Tem que dar tempo de fazer tudo
Tudo...tudo...tudo
E quando você ver seu dia já acabou.

É pressa para chegar no horário
Pressa para resolver problemas
Pressa por respostas
Pressa pelas mudanças
Pressa..pressa...pressa...

Mas chega uma momento que o melhor
é diminuir o ritmo
Aproveitar mais cada momento
Usufruir melhor do seu tempo
Do lugar que está, do dia lá fora
Sei lá, não fazer nada

A tarefa é mais dificil do que se imagina
Eu sei
Mas é preciso
Faz bem. Te renova

Pare. Nem que seja por uma hora
Um minuto
Um instante
Respire fundo e olhe ao seu redor
Daquele jeito que você nunca fez
Aquela planta tão verde e tão grande esteve sempre ali?

Tome um café
Relaxe
As vezes faz bem freiar
As vezes faz bem não fazer nada
Nada do planejado
Do milimetricamente organizado

Ande, ao invés de correr
Aproveite mais de você
E veja, que assim tudo funciona melhor
Afinal de contas nem tudo que queremos
Almejamos muito
precisa acontecer agora, já!

Uma hora elas acontecem
Mais cedo ou mais tarde
Sem correria
Nada de pressa.



quarta-feira, 25 de julho de 2012

Quando te falta o ar!

Por Michelle Andrade

Uma luz diferente brilha no seu olhar
Todos os anjos do céu estão ali
Eles vem para te guiar
Um presente do céu
Está prestes a chegar

Seu coração sorrir
O choro engasga na garganta
O medo quer chegar
Mas essa é não é a hora
A hora é de sonhar.

Uma página se fecha
E uma nova se abre
O céu está azul
O sol brilha de rachar
A lua imumina só o seu caminhar.

Porque felicidade é isso
Pedaços aqui e acolá
que vão enchendo sua vida
É quanto te falta o ar.


terça-feira, 24 de julho de 2012

Na janela

 Por Michelle Andrade

Todos os dias abro a janela do meu coração e deixo a alma arejar
Livro-me de todo ranço amargo que a vida deixou entrar
Faço uma boa limpeza na vidraça do meu coração
E enxergo a vida com mais emoção.

Deixo a luz do dia inundar tudo
Permito que o sol ilumine meu olhar
E então abro os meus olhos
E começo a sonhar.

Escancaro a janela dos desejos
Desenho um horizonte além da minha janela
Exagero nas cores
Me deixo levar.

Atravesso desertos no caminho
Faço florescer todos os campos que minha vista alcança
Debruço na janela e desfruto de tudo feito criança.










quinta-feira, 19 de julho de 2012

Amigos: minhas melhores alianças


Por Michelle Andrade

Para que serve um amigo? Tenho amigos para saber quem sou. São testemunhas do meu passado e meus companheiros do futuro.

Amizade 
Amizade é uma aliança contra a dor. Te desarma e enche de força. Divide risos e crise de choros, racha segredos, empresta seu tempo. Falo daquelas amizades que não precisam de palavras. É apenas um olhar ou um sinal aparentemente sem sentido para se identificar.  Amizades podem ser testadas pelo tempo, mas sobrevivem às tempestades, a distância. É aquele abrigo... o conforto do silêncio e as conversas sem fim. A razão do meu sorriso. 


Amigos 
Amigos te convidam para o mundo deles e topam conhecer o seu. Passam contigo um aperto e o melhores momentos da sua vida. Amigos são confiáveis, estimulantes, as vezes irritantes. Nos aguentam e nos dão força. Deles não se exige respostas, mas abraços apertados. Nos fazem voltar a infância e trazem a gente de volta para a realidade. Estão contigo para o que der e vier, mesmo quando estamos cansados, irritados ou descabelados. Podem se afastar, mas sabemos que vão retornar. E nunca vão mudar.


Amigos, um dom incrível
Um tesouro que soube desde cedo e não vivo sem
Eles me fazem ser melhor
Formam meus alicerces emocionais mais sólidos. 









Palavreando eu vou...

Por Michelle Andrade

Encontro nas palavras toda a verdade que meu coração precisa
Deixo sentimentos nas entrelinhas
Acho a liberdade que meus olhos querem ver
Abro meu livro de história
E sem pressa, começo a escrever.

As palavras me reportam a lugares incríveis
Momentos só meus que lanço em folhas,
Em telas, tecidos, em tudo ou em nada,
Para nunca se perder.

Linha a linha vou ganhando vida
Coloco vírgulas para multiplicar
Me animo nas exclamações
E me encho das interrogações
Mas as reticências me fazem continuar.

Uso ponto final sim
Mas apenas para recomeçar
E quem sabe uma nova página criar
Construo versos
Me arrisco nos poemas
Mando cartas para ninguém
Escrevo sem parar

Faço novos parágragos
Arranjo estrofes
Deixo o pensamento transbordar
E descubro as minhas diversas faces.
Fases.
E frases.



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mais um degrau

Nunca fui muito ligada nesse negócio de crescer. Mas de uns tempos pra cá, acho que depois de escrever um texto para o blog de uma amiga sobre "o momento que percebi que cresci",  eu comecei a pensar mais sobre o tema. Até pq eu levei tanto tempo para começar aquela postagem: fiz linha do tempo, relembrei situações, e nada me levava ao tal momento do crescimento. Foi aí que percebi que, na verdade, na minha visão, crescer mesmo, era um ciclo. Eu cresci um pouco ontem, hoje mais um bocado e amanhã devo crescer também. E gostei disso, e comecei a reparar melhor também.

Mesmo velhinha, eu estarei crescendo.

Hoje pensando de novo nesse assunto, só confirmo ainda mais esse pensamento. Foi aí que lembrei da minha avó, aquela mulher sempre muito forte, cheia de saúde, com uma vida bem ativa, viveu exatamente isso. Lembro bem quando no auge dos seus 90 anos, ela simplesmente se via como uma menininha, mal se lembrava de tudo que havia vivido. Para aquela senhora, ela era mesmo uma menina, as vezes me lembrava uma garotinha, as vezes até mais adulta, mas o ar de juventude, até nas pirraças sempre aparentavam que sua idade não chegava na metade da que tinha de fato. No fundo, ela crescia ainda, mesmo que diante de uma doença que tirava bastante de suas memórias e da sua liberdade também.  Mas era ela, de novo uma garota, que por força do destino, a levava a pensar e agir assim. Eu a via crescer.... e até mesmo na hora de ir embora, ela crescia. E cresceu mesmo. Assim como a minha saudade dela. 


terça-feira, 17 de julho de 2012

Sabe a vida?!

 "Viver é ter coragem
É assumir
É ser consciente
É ser alguém
Sem ser apenas mais um"

Por Michelle Andrade
Pensar sobre como devemos viver a vida passa longe das teorias. Manuais de instrução, receitas ideais...nada disso combinam com o real. Para quê saber de tudo? Não entendemos cada movimento da vida, nem rumos tomados...

Precisamos sempre de respostas, na hora, agora! Tem que ser assim, se não for, como será? Como?  
Ahhh... vamos abrir os olhos para momentos e  deixar que a brisa da vida nos leve para aquele instante feito para nós. As vezes sem entender, sem muito menos questionar, talvez um dia as danadas das respostas apareçam. Ou não.

Carregamos peso inútil demais e deixamos no caminho rastros de nós. Raramente observamos o que ganhamos e perdemos nesses passos dados. Mas, o tempo se encarrega de mais cedo ou mais tarde nos mostrar. As vezes bem sutilmente e outras tantas como um furacão.... quebrando muros, te dando lições...sem programar, sem se revelar....







segunda-feira, 16 de julho de 2012

Eu falo dele

Por Michelle Andrade

Ele é tudo de mim
Que ainda nada sei
Não existem palavras para descrever
Mas eu tento aprender
Para conhecer melhor você

É um novo tão intenso
Que me faz regredir
E ainda assim evoluir

Me deixa com medo
Mas me enche de coragem
Sou mais forte
E um poço de fragilidade
Não sou mais Eu
Sou Nós
Sou só Você

A primeira palavra!

Palavras minhas
Palavras nossas
Palavras delas
Palavras deles
Palavras, somente palavras.