quarta-feira, 18 de julho de 2012

Mais um degrau

Nunca fui muito ligada nesse negócio de crescer. Mas de uns tempos pra cá, acho que depois de escrever um texto para o blog de uma amiga sobre "o momento que percebi que cresci",  eu comecei a pensar mais sobre o tema. Até pq eu levei tanto tempo para começar aquela postagem: fiz linha do tempo, relembrei situações, e nada me levava ao tal momento do crescimento. Foi aí que percebi que, na verdade, na minha visão, crescer mesmo, era um ciclo. Eu cresci um pouco ontem, hoje mais um bocado e amanhã devo crescer também. E gostei disso, e comecei a reparar melhor também.

Mesmo velhinha, eu estarei crescendo.

Hoje pensando de novo nesse assunto, só confirmo ainda mais esse pensamento. Foi aí que lembrei da minha avó, aquela mulher sempre muito forte, cheia de saúde, com uma vida bem ativa, viveu exatamente isso. Lembro bem quando no auge dos seus 90 anos, ela simplesmente se via como uma menininha, mal se lembrava de tudo que havia vivido. Para aquela senhora, ela era mesmo uma menina, as vezes me lembrava uma garotinha, as vezes até mais adulta, mas o ar de juventude, até nas pirraças sempre aparentavam que sua idade não chegava na metade da que tinha de fato. No fundo, ela crescia ainda, mesmo que diante de uma doença que tirava bastante de suas memórias e da sua liberdade também.  Mas era ela, de novo uma garota, que por força do destino, a levava a pensar e agir assim. Eu a via crescer.... e até mesmo na hora de ir embora, ela crescia. E cresceu mesmo. Assim como a minha saudade dela.